O Arrebatamento da Igreja

A TEORIA DO ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONISTA

Os que defendem o arrebatamento pré-tribulacionista acreditam na interpretação dispensacionalista da Palavra de Deus. A igreja e Israel são dois grupos distintos para os quais Deus tem um plano divino.

Argumentos essências do Arrebatamento Pré-tribulacionista.

Vários argumentos podem ser apresentados em apoio à posição pré-tribulacionista do arrebatamento.

POR TIPOLOGIA BÍBLICA

Deus não igualou Noé e sua família com os pecadores rebeldes e obstinados. Enquanto Noé e os seus não entraram na Arca, Deus não derramou o terrível dilúvio. Enquanto Ló e sua família não saíram de Sodoma, Deus não fez chover fogo do céu. Então porque Deus não livraria também a Igreja da Tribulação? Então, enquanto Jesus não arrebatar sua Igreja, não começará a Tribulação.

Em João 14.3 Jesus prometeu: "E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também". Aqui a vinda de Jesus é com o propósito de receber a Igreja para si mesmo e levá-la para um lugar na casa do Pai; essa não pode ser a mesma vinda com a Igreja para a terra, como sustentam os adeptos da pós-tribulação.

No livro do Apocalipse do capítulo 4 ao 19 nada fala sobre a Igreja, mas trata da Tribulação na terra. Logo se deduz que a Igreja não estará na terra nesse período de Tribulação. Já os capítulos de 1 ao 3 de Apocalipse menciona por 19 vezes a Igreja, e só volta a mencioná-la no capítulo 21 chamando-a de Esposa do Cordeiro.

Os Pré-tribulacionistas crêem que as profecias relativas a Tribulação devem ser interpretadas de forma literal e que o período da Igreja é um tempo misterioso e está estritamente relacionado com o fato de o povo de Isreal ter negado o seu Messias, e por eles o terem rejeitado, os gentios foram enxertados (Rm 11.1-8), esse enxerto deve se completar primeiramente, antes que Deus volte a tratar com o povo israelita. Para que isso seja possível profeticamente é importante que:

1- A Bíblia seja interpretada literalmente.

2- A Igreja seja poupada da Grande Tribulação (Ap 3.10).

3- O arrebatamento seja iminente, pode acontecer a qualquer momento (1 Ts 5.6).

4- A Igreja esteja isenta da ira futura de Deus (Ap 6.17; 1 Ts 1.10; 5.9)

5- Haja remoção dos salvos, na remoção do Espírito Santo (2 Ts 2.7,13).

O método de interpretação literal das Escrituras.

É franca e livremente reconhecido pelos pós-tribulacionistas que a controvérsia entre eles e os pré-tribulacionistas é a questão do método de interpretação empregado no tratamento das profecias. Se o método de interpretação literal das profecias for o certo, então a teoria pré-tribulacionista está correta. Dessa maneira podemos ver que a doutrina da volta pré-tribulacionista de Cristo para instituir um reino literal resulta de métodos de interpretação literal das promessas e das profecias do Antigo Testamento. É natural, portanto que o mesmo método de interpretação deva ser também empregado na interpretação do arrebatamento. Seria ilógico construir um sistema pré-milenarista sobre um método literal de interpretação e depois abandonar esse método no tratamento de outras questões relacionadas com o mesmo tema. Podemos observar facilmente que o método literal de interpretação exige um arrebatamento pré-tribulacionista da Igreja.

Não pode haver um método empregado para estabelecer o pré-milenarismo e outro para interpretar as promessas de arrebatamento. O método literal de interpretação, aplicado de maneira coerente, leva necessariamente a outra conclusão: a de que a Igreja será arrebatada antes da septuagésima semana de Daniel.

A natureza da septuagésima semana.

Existem várias palavras usadas no Antigo e no Novo Testamento em referencia ao período da septuagésima semana, as quais, quando examinadas em conjunto oferecem a natureza essencial ou o caráter desse período:

1) Ira Divina (Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; 1Ts 1.9,10;5.9; Sf 1.15,18);

2) Julgamento (Ap 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);

3) Indignação (Is 26.20,21; 34.1-3);

4) Castigo (Is 24.20,21) ;

5) Hora do julgamento (Ap 3.10);

6) Hora de angústia (Jr 30.7);

7) Destruição (Joel 1.15);

8) Trevas (Joel 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).

Devemos mencionar que essas referências abrangem todo o período e não apenas parte dele, de modo que todo o período é assim caracterizado.

Desde que a era da igreja termina com o inicio da Tribulação, ela não tomará mais parte nos assuntos terrenos até o milênio.

Não confundir Tribulação com ira vindoura.

Dizem os pós-tribulacionistas que Tribulação não deve ser confundida com ira vindoura, para tentarem fugir das seguintes passagens:

"E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1Ts 1.10).

"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo" (1Ts 5.9).

Mas observe que a ira do Cordeiro é derramada no momento em que Ele está em seu trono e que esse período aqui é descrito como tempo da Tribulação (Ap 6.16,17).

Não podemos confundir a Grande Tribulação com a Tribulação que a antecede (Mt 24.6-12), a apostasia, que é apenas o princípio das dores.

O arrebatamento se dará antes da Tribulação, então evidentemente é necessário que o arrebatamento e vinda do Senhor Jesus sejam dois eventos distintos. Pois no arrebatamento Ele virá apenas até as nuvens, não porá os pés na terra, nós iremos ao encontro dele nas nuvens (1Ts 4.16-17). Será num instante, num piscar de olhos (Mt 24.27; 1Co 15.51), será também em secreto.

Na segunda vinda Ele tocará à terra e todo olho o verá (ZC 14.3,4; Ap 1.7). Jesus derrota plenamente o Anticristo (Ap 19.15-21) e seus seguidores desde o menor até o maior (19.18). É a justiça de Deus, Sua ira é vinda sobre os iníquos.

Jesus, depois de derrotar o Anticristo, o Falso Profeta e o Dragão, mandará prender Satanás por mil anos (Ap 20.1-4).

Distinção entre arrebatamento e segunda vinda de Cristo

Devemos observar várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras.

A) O arrebatamento compreende a retirada dos salvos, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifestação de Jesus.

B) No arrebatamento os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra.

C) No arrebatamento Cristo vem buscar a sua Igreja, enquanto na segunda vinda Ele virá com a Igreja.

D) O arrebatamento resulta na retirada dos salvos e na instauração da Tribulação, enquanto na segunda vinda será instaurado o reino milenar.

E) O arrebatamento pode acontecer a qualquer momento, enquanto a segunda vinda será precedida por uma multidão de sinais.

F) O arrebatamento está relacionado ao plano para a Igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.

 

G) O arrebatamento deixa o mundo intacto, enquanto a segunda vinda implica em mudança mundial.